“O artista não sabe que o mundo existe fora da ar­te; por isso atreve-se a criar.”

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Lira romantiquinha



Por que me trancas
o rosto e o riso
e assim me arrancas
do paraíso?


Por que não queres,
deixando o alarme
(ai, Deus: mulheres!),
acarinhar-me?

Por que cultivas
as sem perfume
e agressivas
flores do ciúme?

Acaso ignoras
que te amo tanto,
todas as horas,
já nem sei quanto?

Visto que em suma
é todo teu,
de mais nenhuma,
o peito meu?

Anjo sem fé
nas minhas juras,
porque é que é
que me angusturas?

Minh'alma chove
frio, tristinho.
Não te comove
este versinho?


(Viola de Bolso - II)

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